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Escritas do W Q Judge

W Q Judge 1851 – 96

 

Aforismos Sobre O Karma

 

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Ingles:- Aphorisms on Karma

   Os seguintes aforismos, entre outros ainda não em uso, foram-me dados por        Instrutores, entre eles H P Blavatsky. Alguns foram por escrito, outros comunicados por outros meios. A mim foi dito que eram excertos de manuscritos aos quais o público geral não tinha acesso. Cada um deles foi submetido ao meu julgamento e à minha razão, e assim como eles receberam aprovação da minha razão, após sério exame e fora de qualquer autoridade, assim espero que sejam aprovados pelos meus companheiros de trabalho, a quem se destina a sua publicação.

WILLIAM Q. JUDGE

 

 

AFORISMOS

Não há Karma a não ser que haja um ser para criá-lo ou para sentir os seus efeitos.

O Karma é o ajustamento de efeitos que procedem de causas, durante o qual o ser sobre quem e por quem o ajustamento é efectuado ressente dor ou prazer.

O Karma é uma tendência no Universo, que nunca desvia [incontornável] e nunca erra para o restabelecimento do equilíbrio e que opera sem cessar.

O parar aparente do restabelecimento do equilíbrio é devido ao necessário readjuste de uma perturbação surgida em algum outro ponto, lugar ou foco, visível sómente ao Yogi, ao Sábio, ou ao perfeito Vidente: não há portanto interrupção, mas uma simples dissimulação da vista.

O Karma actua sobre todas as coisas e todos os seres, desde o mais pequeno átomo concebível até Brahma. Operando nos três mundos, o dos homens, o dos deuses e o dos seres elementais, não há ponto nenhum no universo manifestado que esteja fora da sua acção.  O Karma não está sujeito ao tempo e por consequinte, quem conhece a derradeira divisão do tempo neste Universo, conhece Karma.  Para todos os outros homens, Karma, na sua natureza essencial, é desconhecido e incognoscível.

Porém, a sua acção pode ser conhecida por cálculo de causa a efeito, e esta reflexão deductiva [cálculo] é possivel porque o efeito não é consecutivo à causa mas está contido nela.  O Karma desta terra é a combinação de todos os actos e pensamentos de todos os seres de todos os níveis, que pertenceram ao Manvantara anterior, ou corrente evolucionária precedente, da qual provém a nossa.  E como esses seres incluem Senhores de Poder e Homens Santos, como também homens fracos e malvados, o período de duração da terra é mais longo que o de qualquer entidade ou raça que nela vivem.  Porque o Karma desta terra e das suas raças teve início num passado remoto demais para ser alcançado por mentes humanas, investigar o seu princípio é inútil e sem proveito.

As causas kármicas já postas em movimento devem ser permitidas de seguir o seu curso até se extinguirem; mas isto não permite a ninguém recusar de ajudar os seus semelhantes e qualquer outro ser consciente [que pode sentir/percepção “sentient being”, na versão original em inglês].  Os efeitos kármicos podem ser contrapostos ou atenuados pelos pensamentos e pelas acções do próprio indivíduo ou dos de outrém, e então os efeitos resultantes representam a combinação e a interacçcão da totalidade das causas envolvidas na produção dos efeitos.  Na vida dos mundos, raças, nações e indivíduos, o Karma não pode actuar a não ser que disponha de um instrumento apropriado à sua acção.  E até que tal instrumento apropriado seja encontrado, o Karma relativo a este, permanece em suspenso.

Enquanto um homem está experimentando um Karma no instrumento fornecido, o seu outro Karma, suspenso, não se exausta através de outros seres ou meios, mas ficará retido em reserva para acção futura; e o período de tempo durante o qual não se sente aquele Karma operando, não causa nenhuma deterioração da sua força [ou enfraquecimento dela], ou mudança na sua natureza.

A adequação de um instrumento à operação do Karma consiste na conexão e na relação exactas deste Karma com o corpo, a mente, a natureza intelectual e psíquica adquiridos pelo Ego para o seu uso em qualquer vida.

Todo instrumento utilizado por qualquer Ego em qualquer vida é o apropriado ao Karma que opera através dele.  Mudanças podem ocorrer no instrumento no decurso de uma vida, de modo a adequá-lo a uma nova classe de Karma, e isto pode dar-se de duas maneiras: (a) pela intensidade do pensamento e o poder de um voto, e (b) através de alterações naturais devidas ao total esgotamento das causas antigas.

Como o corpo, a mente e a alma possuem cada um o seu próprio poder de acção independente, qualquer deles pode exaurir, independentemente dos outros, algumas causas kármicas mais remotas ou mais perto do tempo do seu começo de que o são as causas operando através de outros canais.  Karma é ao mesmo tempo misericordioso e justo. Misericórdia e Justiça são polos opostos de um todo único e Misericórdia sem Justiça não é possível nas operações de Karma. Aquilo que o homem chama Misericórdia e Justiça é defeituoso, errante e impuro.  O Karma pode ser de três espécies: (a) o que opera actualmente nesta vida através de instrumentos apropriados; (b) aquele que está a ser criado ou posto de reserva, para ser exaurido no futuro; © o Karma retido desta vida, ou das vidas passadas, que não opera ainda por estar inibido pela inadequação do instrumento em uso pelo Ego, ou pela força do Karma operando actualmente.

Três campos de operação são usados pelo Karma em cada ser: (a) o corpo e as circunstâncias; (b) a mente e o intelecto; (c) os planos psíquico e astral.

O Karma retido do passado ou o Karma actual, podem, cada um ou ambos ao mesmo tempo, agir em todos os três campos de operação kármica ao mesmo tempo, ou em qualquer desses campos pode estar operando simultâneamente uma outra classe de Karma differente daquelas que estão operando nos outros campos.

Nascer em qualquer espécie de corpo e colher os frutos de qualquer género de Karma é devido à preponderância da linha de tendência kármica.

O impulso de uma tendência kármica influirá na incarnação de um Ego, ou de qualquer família de Egos, durante três vidas pelo menos, se não forem tomadas as medidas de repressão, de eliminação ou de contraposição [neutralização].

As medidas tomadas por um Ego para reprimir uma tendência, eliminar defeitos e reagir criando causas diferentes, modificarão o impulso da tendência kármica e abreviarão a sua influência, de acordo com a força ou a fraqueza dos esforços feitos para pôr em prática as medidas adoptadas.

Homem nenhum, salvo um Sábio ou um verdadeiro Vidente, pode julgar o Karma de outrém. Deste modo, embora cada um receba o que merece, as aparências podem enganar, e nascer pobre ou passar por duras provações pode não ser necessáriamente uma punição pertencendo a um Karma mau, porque há Egos que se incarnam contínuamente em meios pobres, onde eles passam por dificuldades e tribulações que servem para a disciplina do Ego e resultam em força, coragem e compaixão.  O Karma da raça influencia cada indivíduo membro de uma raça através da lei da Distribuição. O Karma nacional age sobre os membros de uma nação mediante a mesma lei, mais concentrada. O Karma familial opera sómente numa nação onde as famílias permaneceram puras e distinctas; porque, em qualquer nação onde há mistura de famílias -como acontece em cada Kali yuga - o Karma de família é geralmente distribuído pela nação. Porém, mesmo em tais períodos, algumas famílias mantêm a sua coesão durante longos períodos e, nesse caso, os seus membros sentem o poder do Karma de família. O termo “família” pode incluir várias famílias mais pequenas.

O Karma opera para produzir cataclismos naturais por concatenação [encadeamento causal] através dos planos mental e astral do ser. Um cataclismo pode ser atribuído a uma causa física imediata, tal como um fogo interno ou uma perturbação atmosférica, mas estes foram provocados pela perturbação criada pelo poder dinâmico do pensamento humano.  Os Egos que não têm uma conexão kármica com a parte do globo onde um cataclismo está para ocorrer, são mantidos fora do seu campo de acção de duas maneiras: (a) por repulsão agindo sobre a sua natureza interior; e (b) por serem chamados e avisados por aqueles que velam pelo progresso do mundo.

 

H P Blavatsky (em Português)

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